terça-feira, 28 de outubro de 2014

Para onde nos leva a crise da água em São Paulo?

A forma como o Governo do Estado de São Paulo e a Sabesp tratam o tema da escassez hídrica vai na contramão de todas as recomendações internacionais.

Ricardo Carlos Gaspar (*)
Como era de se prever, passadas as eleições em São Paulo, o Governo do Estado e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp - finalmente trouxeram, de mansinho, para o centro do palco, a crise da água. Crise esta que, alem da estiagem severa que maltrata a região sudeste do país há mais de um ano, é potencializada pela ausência de investimentos significativos na redução da dependência do abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP - em relação ao sistema Cantareira na última década.

Da disponibilidade hídrica de 36m³/segundo, o sistema Cantareira, por intermédio das sucessivas outorgas, supria (até a irrupção da crise, ao longo do último verão) 31 m³/segundo para a RMSP e 5 m³/segundo para a região de Campinas. Com a atual seca, a gravidade do abastecimento hídrico nas duas regiões ficou exposta. A Agência Nacional de Águas – ANA - e o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica – DAEE – ordenaram a redução da retirada de água em mais de 10 pontos percentuais, e ela se situa hoje em torno de 19,7 m³/segundo.

A conta não fecha: a vazão afluente do sistema registra, em outubro deste ano, valores que não alcançam 5 m³/segundo. A tentativa, por parte da ANA, de redução adicional desses níveis de retirada – o que levaria a Sabesp a admitir, necessariamente, a adoção de um racionamento que hoje é “disfarçado”, e o recuo por parte do governo estadual de um acordo anteriormente admitido nessa direção – provocou a saída recente da ANA do Grupo Gestor da crise do Cantareira. O atual volume armazenado nas represas do Cantareira (4,5% em 15/10, mesmo com a utilização do “volume morto” a partir de maio de 2014) é o mais baixo da história. E os outros sistemas que suprem a escassez do Cantareira (o Alto Tietê e o Guarapiranga) também apresentam níveis críticos de reservação.

O que diz a Sabesp? Em todos, sem exceção, pronunciamentos oficiais de Diretores e Presidente da empresa, se alega que as providências estão sendo tomadas para fazer frente à situação. São elas: o bônus sobre o consumo, a interligação dos sistemas e a redução das perdas de água.

No que diz respeito ao bônus, sua introdução foi tardia, seu alcance limitado e a medida que de fato transformaria sua adoção em algo mais efetivo – a penalização sobre consumo excessivo ou desperdício – não foi levada adiante pelo Governo do Estado, provavelmente por cálculos eleitorais. O resultado final da redução é de apenas 3,4 m³/segundo sobre o consumo total da cidade de São Paulo (de acordo com dados divulgados pela Presidente da Sabesp em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI – instalada na Câmara Municipal de São Paulo para investigar o contrato entre a empresa e a Prefeitura da capital paulista). Isto porque, se 75% da população reduziram o consumo, 25% aumentaram, e o esforço das autoridades estaduais em minimizar a manifestação da crise não contribuiu para consolidar uma radical alteração nos padrões de uso da água na região metropolitana paulista.

Quanto à interligação do sistema, trata-se de providência óbvia numa aglomeração urbana do porte de São Paulo e de uma empresa rentável como é a Sabesp. É o mínimo que se poderia esperar. Tal medida, porem, ao vir desacompanhada de ações mais efetivas de redução do consumo e das perdas do sistema, e na ausência de investimentos significativos na elevação da disponibilidade hídrica na última década, provoca uma sobrecarga imensa sobre o segundo sistema abastecedor da metrópole – o Alto Tietê -, cuja armazenagem beira atualmente os 10% de sua capacidade.

E, no tocante as perdas, tanto físicas quanto financeiras, na distribuição de água, seus resultados até aqui são pífios, embora a Sabesp prometa reduções expressivas para os próximos anos.

Para completar esse quadro de promessas e esperanças vãs, resta a crença na volta das chuvas. Sem negar que o retorno a níveis normais de precipitação seja a única saída imediata da encalacrada em que estamos, a expectativa da volta do regime normal de chuvas, alem de vir sendo sistematicamente adiada pela persistência da seca, se baseia em prognósticos vagos e discutíveis, cujos resultados longe estão de ser unanimidade. Persistem sérias dúvidas de que apenas a volta das chuvas (em volume compatível com o verão) seja suficiente para recuperar a capacidade do Cantareira e evitar uma situação igual ou mesmo pior no período da estiagem em 2015. Alem disso, estudos internacionais que há anos vêm sendo produzidos alertam para os efeitos duradouros da mudança climática em nosso planeta. Algo que as autoridades hídricas do Estado de São Paulo, ao que tudo indica, desconhecem.

Quando da renovação da outorga do Cantareira em 2004, as condições previam – pela Sabesp, a outorgada - a redução da dependência da RMSP em relação ao sistema Cantareira. Nada foi feito. Só com a emergência da escassez o Governo do Estado preparou um decreto de utilidade pública para a área onde serão construídas duas novas barragens que não resolvem o problema, e concluiu a modelagem da parceria público-privada (que ficou mais de dois anos sendo negociada para atender os interesses do setor privado) para a construção do sistema São Lourenço. O uso das águas do Rio Paraíba do Sul, contestado pelo Estado do Rio de Janeiro, para cuja capital suas águas são destinadas, demorará no mínimo dois anos para se viabilizar. Enquanto isso, só nas últimas semanas um tímido Plano de Contingência para situações de crise a Sabesp elaborou – a rigor, nem Plano de Contingência é, pois não contem nenhum cenário para atacar os problemas derivados da escassez na RMSP e se limita a repetir o mantra “bônus/interligação/redução de perdas” -, já que a empresa, desde sua reestruturação dez anos atrás, está mais preocupada em valorizar suas ações no mercado de capitais (inclusive na Bolsa de Nova Iorque, onde seus papéis são negociados) do que cumprir sua missão como concessionária de um serviço público essencial.

Como o Governo do Estado e a Sabesp não fizeram sua parte, investindo em novas barragens e represas, diversificando fontes de captação, controlando significativamente as perdas do sistema e aplicando programas mais eficientes de despoluição de rios e córregos, não há solução de curto prazo à redução dos

níveis do Cantareira sem chuva. Isto não implica que ações de envergadura, estruturais, não precisem desde já ser implantadas, e acompanhadas pela sociedade, minimizando os riscos do futuro.

Em suma, a forma como o Governo do Estado de São Paulo e a Sabesp tratam o tema da escassez hídrica é, no mínimo, irresponsável. Vai na contramão de todas as recomendações internacionais de garantir ampla participação das população na debate sobre o uso de um recurso vital à sobrevivência da espécie. Informações são ocultadas e submetidas a interesses eleitorais de curto prazo, bem como inexistem planos capazes de evitar as drásticas conseqüências sociais, econômicas e ambientais derivadas do quadro de escassez que se avizinha. A tão propalada eficiência da gestão tucana não se sustenta, assim, frente a realidade dos fatos.

(*) Doutor em Ciências Sociais e Professor do Departamento de Economia da PUC-SP.

Texto original: CARTA MAIOR

sábado, 18 de outubro de 2014

PRA SE VINGAR DO PT E DE DEDA



Falando sobre os que defendem a mudança a qualquer custo no comando do Brasil,  temos como exemplo Aracaju: “Em 2012, os aracajuanos elegeram o prefeito João Alves Filho (DEM) apostando que a mudança provocaria avanços formidáveis, mas até agora a administração municipal tem se revelado um fiasco, para decepção de quem apostou em João Alves”.


Era comum se ouvir nas esquinas as pessoas afirmando que votariam em João Alves PRA SE VINGAR DO PT E DE DEDA!!!!!


Os apoiadores e o atual  prefeito criticavam:
as cobranças de impostos,  taxas, postos de saúde (diziam que em seis meses estaria resolvido o problema, transporte coletivo (falou que resolveria em três meses), mobilidade urbana e criticavam  até a pavimentação das ruas da cidade.


Marcelo Deda faleceu por problemas de saúde e os que votaram por vingança choram o leite derramado!!!!


Depois de quase dois anos o resultado que temos:
  • aumento dos impostos (IPTU );
  • criação da taxa de iluminação pública  ( COCIP - Contribuição Para Custeio da Iluminação Pública Lei 4453/2013) ;
  • Postos de atendimento a saúde estão paralisado (O maior já foi feichado);
  • Os congestionamentos (engarrafamentos ) continuam;
  • O trasnporte público continua ruim, com atrasos e é de quantidade insuficiente;
  • As ruas estão esburacadas  ao ponto de se ressuscitar o termo BURACAJU!!!!.


AGORA A POPULAÇÃO COM RAIVA DO  PT  VÃO VOTAR NO AÉCIO!!!!!


OBSERVAÇÃO: escrevi esse texto depois de receber esta mensagem no facebook:


POR QUE VAI VOTAR NO ? AÉCIO
Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato investigado pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da área da saúde em seu estado. Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato que construiu cinco aeroportos com dinheiro público no entorno de suas fazendas. Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato que contratou 98 mil servidores públicos sem concurso e de maneira ilegal. Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato que baixou o piso salarial de professores e médicos durante sua administração. Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato que dobrou a dívida de seu estado. Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato que, como senador, apresentou menos projetos que o Tiririca. Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato que torrou 600 mil reais do Senado em passagens de avião para o Rio de Janeiro e não para seu estado natal. Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato que teve seu nome envolvido em um escândalo envolvendo um helicóptero e meia tonelada de cocaína. Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato que barrou 70 CPIs. Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato que tentou censurar até o Google. Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato cujo partido quebrou o país três vezes, vendeu nossas estatais a preço de banana e, em São Paulo, está atolado num escândalo de cartel do metrô e ingerência da Sabesp. Para tirar esse PT corrupto do poder, vou votar num candidato cuja única proposta memorável é preservar o Bolsa Família e que pretende colocar como ministro um caboclo que acha o salário mínimo "muito alto".
Pois é... pensando bem Prefiro votar na Dilma 13


Já o PSB  (uma grande parte) e os Democratas, em Sergipe, irá apoiar Aécio por bons motivos:
PHA, no site conversa afiada, traz o montante de dinheiro arrecadado em 2012 pelo PSDB de MG, a relação de empresas e os partidos do PSB, DEM e PSDB como destinatários dos recursos.Para a eleição de prefeito de Aracaju, foram destinados R$300.000,00 para a campanha de Valadares Filho e R$350.000 para a campanha de João Alves Filho.


Endereço da matéria no blog de Paulo Henrique Amorim:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/10/17/foi-assim-que-aecio-levantou-r-166-milhoes-para-2012-2014/

Texto relacionado (um vídeo): 

 Resumo da eterna campanha de Aécio


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Por que Aécio Neves nunca processou Juca Kfouri



Recebo e-mail de colega da “blogosfera suja” – termo gestado por elucubração de José Serra em 2010, indignado com o contraditório, essa praga que tanto apavora políticos mimados e/ou blindados pela mídia como o ex-governador paulista.

Por, aparentemente, o colega preferir não se envolver diretamente no caso, repassou-me redescoberta de um episódio curioso. Para compreendê-lo melhor, porém, há que voltar ao debate de terça-feira (14) entre Dilma Rousseff e Aécio Neves na TV Bandeirantes.

Aécio começou o debate ostentando um ar debochado e irônico na cara, em claro menosprezo à adversária. Todavia, essa conduta mudaria entre o segundo e o terceiro blocos do programa.

Após ser insultada pelo adversário por perguntá-lo sobre o aeroporto que mandou construir com dinheiro público em uma fazenda de sua família, na abertura do terceiro bloco Dilma formulou outra questão que pareceu desestruturá-lo ainda mais, emocionalmente.

No vídeo abaixo, a pergunta de Dilma a Aécio sobre “violência contra mulheres”.



A parcela menos informada sobre política que assistia ao debate da Band por certo não captou o significado oculto na pergunta de Dilma. Aécio não passou recibo verbalmente, apesar de seu semblante ter espelhado a preocupação que a pergunta lhe causou.

Dilma, porém, tinha um objetivo muito claro ao apresentar essa questão ao adversário. Ele acabara de ter uma reação tão furiosa à questão (legítima) sobre o aeroporto que construiu nas terras de sua família com o dinheiro dos mineiros que chegou a dar a impressão de que agrediria a mulher com quem debatia.

A agressão, aliás, até ocorreu, mas, contra Dilma, só ocorreu verbalmente. O mesmo não se pode dizer em relação a outra mulher muito mais próxima do tucano, de acordo com post publicado pelo jornalista Juca Kfouri em seu blog em 2009.

Abaixo, o post do jornalista esportivo em seu blog no UOL.


O desinteresse da grande mídia sobre a denúncia de Juca foi total e condizente com a blindagem que tucanos de alto coturno sempre receberam dessa mídia. Porém, a afirmação dele guarda relação com outra notícia, agora velada.

Juca fez a denúncia no dia 1º de novembro de 2009. Seis dias antes, a “colunista social” Joyce Pascowitch publicou, em seu site de fofocas sobre socialites, um tal Glamurama, relato que, segundo a fonte do Blog, tem íntima relação com a denúncia de Juca.


O que você, homem, faria se um jornalista de renome e com grande espaço na mídia, tal qual Juca Kfouri, o acusasse de bater em mulher? No mínimo, sendo mentira você moveria um processo contra o caluniador. E mesmo sendo verdade, se não houvesse provas da acusação, faria a mesma coisa.

Aécio nunca respondeu a Juca e nem o processou. Se a coluna de Pascowitch tiver mesmo relação com a denúncia do jornalista esportivo, a explicação está aí: não seria possível processar devido ao grande número de testemunhas do fato. Simples assim.

PS: o tuiteiro Rodrigo mostra que outros veículos de comunicação foram bem mais explícitos do que Joyce Pascowitch. Abaixo, matéria do jornal Hora do Povo


Texto original: BLOG DA CIDADANIA (Eduardo Guimarães)

Compadrio, boquinhas e mamatas: Aécio morava no Rio e “servia” em Brasília

publicado em 15 de outubro de 2014 às 11:03



Da Redação

A blogosfera noticiou antes que a grande mídia. Saiu, por exemplo, no Amigos do Presidente Lula e noTijolaço.


Mesmo morando no Rio de Janeiro, ele foi “assessor” do pai, o deputado federal Aécio Ferreira da Cunha,apoiador da ditadura militar que, em uma de suas campanhas, pré-golpe de 1964, está na lista dos que receberam dinheiro da CIA.

Isso mesmo, Aécio morava no Rio e “trabalhava” em Brasília.

A admissão do agora candidato diz que ele tinha 19 anos de idade quando foi contratado.

Servia “remotamente”, diz hoje a Folha de S. Paulo, sem dizer que no período em tela, 1980, a internet não existia no Brasil.


Mais tarde, como também admitiu o candidato tucano, ele foi indicado para uma diretoria da Caixa Econômica Federal, durante o governo Sarney. Tinha 25 anos de idade. À época o ministro da Fazenda era Francisco Dornelles, primo de Aécio.

Durante o debate da Band, Dilma Rousseff também mencionou — mas não conseguiu articular direito — o fato de que Aécio, governador de Minas, beneficiou empresas da própria família.

Trata-se da rádio Arco-Íris, cuja concessão Aécio recebeu durante o governo Sarney.


Trechos:

Ao apurar a estranha situação, o bloco Minas sem Censura [de oposição parlamentar a Aécio] e a própria imprensa descobriram que a rádio [dona do Land Rover que o agora candidato usava quando foi parado em blitz no Rio de Janeiro] pertencia a Aécio, à sua irmã Andréa Neves e à mãe Inês. Outros seis veículos de luxo também foram declarados em nome da empresa de comunicação da família Neves. Considerados estranhos os fatos, o bloco de oposição continuou a investigar a rádio Arco-Iris e descobriu, como já noticiado, que a empresa da família Neves recebeu somente em 2010 cerca de R$ 210 mil de publicidade dos cofres públicos mineiros, o que fundamenta improbidade administrativa.
O bloco quer informações também sobre o valor total de publicidade com a Arco-Iris durante todo o período do governo Aécio/Anastasia (2003/2011) e nas outras duas empresas de comunicação em nome da presidente do SERVAS [Serviço Voluntário de Assistência Social de Minas Gerais]: a rádio São João Del Rei S/A e Editora Gazeta de São João Del Rei Ltda. No caso concreto da rádio Arco-Íris, empresa de propriedade da família Neves há pelo menos 15 anos, constata-se, e o próprio governo admite, que houveram repasses financeiros do Estado àquela empresa, seja através de empresas estatais, seja através da administração direta estadual, a título de pagamento por publicidade.
É de conhecimento público e geral, que a Sra. Andreia Neves da Cunha exerceu, durante todo o mandato de seu irmão, Aécio Neves, a função de Coordenadora do Núcleo Gestor de Comunicação Social, responsável pela elaboração da política de comunicação não só da subsecretaria de Comunicação Social bem como de todas as demais secretarias, autarquias, empresas públicas e fundações estaduais. O pagamento de publicidade à empresa de propriedade da família Neves, com o inegável conhecimento de sua administradora, Sra. Andrea Neves, põe dos dois lados da relação comercial a mesma pessoa: quem determina o quanto, quando e como vai ser pago é a mesma pessoa que presta o serviço e que recebe o pagamento. Tal relação não seria promíscua e improba caso se tratasse de uma relação comercial entre particulares. Mas trata-se de recursos públicos pagos a uma empresa particular de propriedade do gestor daqueles recursos.
*****
“Como em dezembro de 2010 o Aécio se tornou dono da rádio Arco-Íris, cujo valor de mercado é de R$ 15 milhões, se o patrimônio total declarado dele é R$ 617.938,42?”, quer saber o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), vice-líder do bloco. “Também por que Aécio indicou para presidir a Codemig justamente o dono da empresa do jatinho que ele viaja para cima e para baixo?”
Considerando a construção dos aeroportos de Cláudio e Montezuma, cidades onde ficam terras da família materna e paterna de Aécio Neves — em Montezuma, Aécio herdou com a irmã cerca de 900 hectares do pai –, fica caracterizado um quadro de nepotismo e mamatas nas tetas de instituições públicas que dão bem um dimensão da hipocrisia do tucano quando fala em “meritocracia”.

O curioso é que, em recente entrevista à revista Época, Aécio prometeu acabar com… as “boquinhas” do PT.


Leia também:
Cláudio: Sem acesso ao aeroporto, motoristas se benzem
Montezuma: Cidade tem aeroporto, mas não tem hospital
Montezuma: Veja o mini-doc exclusivo do Viomundo sobre o aecioporto

Texto replicado deste endereço: VIO O MUNDO

terça-feira, 14 de outubro de 2014

"Lula é um fenômeno"

Campanha de Aécio em pânico: assessoria recursou explicar cargo "fantasma" aos 17 anos, diz o Terra.

Deu no Portal Terra:

Aécio ocupou cargo na Câmara aos 17 anos mesmo morando no RJ

Tem circulado na última semana nas redes sociais a informação de que o candidato à presidência Aécio Neves (PSDB) ocupou um cargo de secretário de gabinete parlamentar na Câmara dos Deputados entre 1977 e 1981, portanto, quando o mineiro tinha entre 17 e 21 anos e, segundo sua biografia oficial, morava no Rio de Janeiro.

Em sua biografia, porém, o candidato cita seus primeiros passos na política em 1981, quando foi convidado pelo avô, Tancredo Neves, para trabalhar em sua campanha para governador de Minas Gerais.

Segundo o site de sua campanha, aos 10 anos, Aécio se mudou para o Rio de Janeiro, onde passou a adolescência e o início da vida adulta. Informação conflitante com o site da Câmara dos Deputados, que confirma Aécio como secretário de gabinete parlamentar entre 1977 e 1981, antes de se tornar secretário particular de Tancredo, mesmo não morando em Brasília.

O período conflitante da biografia do candidato coincide com o intervalo de tempo em que o pai de Aécio, Aécio Cunha, atuou como deputado federal pela Arena (1963 – 1979) e pelo PDS (1983-1987), partidos de apoio ao regime militar.

O Terra entrou em contato com a assessoria de imprensa de Aécio Neves, que não havia se posicionado até a publicação da matéria.

A matéria exclusiva  do nosso blog,  foi publicada  no nosso blog nesse  sabado (13) e pode ser lida com aqui, com o título: Marajá fantasma? Aos 17 anos, Aécio já tinha cargo em Brasília, mas morava no Rio.

Texto replicado: Blog do Saraiva

domingo, 12 de outubro de 2014

Pobres contra ricos? São Paulo contra o Nordeste?

Pobres contra ricos? As pesquisas não deixam dúvidas, é uma questão social. São Paulo contra o Nordeste? É manipulação ideológica.

por Emir Sader em 11/10/2014 às 12:13

A avaliação amplamente favorável dos governos do PT em relação aos governos tucanos teria dado uma vitória tranquila para a Dilma. Só se torna uma disputa tão acirrada, aberta, pelo uso brutal do monopólio dos meios de comunicação – partido da oposição, como confessou diretora da FSP na campanha de 2010 - que se aproveita do maior erro cometido pelo governo: não ter avançado na democratização dos meios de comunicação.

A parada agora se decide entre o nível de rejeição fabricado contra a Dilma – em que os preconceitos tem um papel fundamental – e a capacidade da militância de neutralizar relativamente o trabalho dos monopólios midiáticos, convencendo das consequências de uma eventual vitória tucana.

A polarização histórica entre a esquerda brasileira e a direita se deu sempre sob essa forma – conquistas sociais, soberania politica e papel ativo do Estado, por um lado, ajuste econômico, subordinação externa e centralidade do mercado, por outro. Foi assim com o Getúlio, que personificou os avanços nos direitos dos trabalhadores, a construção do primeiro projeto nacional e a refundação do Estado no Brasil. A direita se apoiava na ditadura politica como seu argumento fundamental, tratando de desqualificar o fortalecimento do Estado.

Hoje o Brasil parece dividido entre ricos e pobres, entre São Paulo e o nordeste, forma que assume a polarização entre as questões social e nacional por um lado, a questão democrática – no sentido liberal, de menos Estado e, portanto, mais mercado. É uma divisão real do ponto de vista social. Os de menor renda, sempre postergados, foram os mais beneficiados pelas politicas do governo, com razão se deixam enganar menos pela mídia, porque suas vidas mudaram realmente para melhor. Os mais ricos ou setores da classe media estão mais envoltos nos mecanismos de manipulação da mídia.

A divisão geográfica reflete, em parte a divisão social, mas não completamente. Porque se São Paulo é o estado que concentra mais riqueza e, também, ao mesmo tempo, um estado que acumula imensas desigualdades, com grande pobreza e miséria. É mais um caso de hegemonia da elite dominante, que mesmo reproduzindo as desigualdades, conseguiu montar um mecanismo de propaganda publica e de manipulação da consciência de amplos setores da sociedade – inclusive de parte significativa dos próprios pobres –

Pobres contra ricos? As pesquisas não deixam dúvidas, é uma questão social. São Paulo contra o Nordeste? É manipulação ideológica.

Texto original: CARTA MAIOR

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Coxinhas xingam os nordestinos no Twitter por darem vitória maciça para Dilma.


Tijolaço - 6 de outubro de 2014 | 17:42 Autor: Fernando Brito



Cada nordestino ou descendente de nordestino no Brasil deveria ver o mapa acima antes de decidir o seu voto.

A mancha vermelho-escura, significa, município por município, onde houve uma votação de mais de 50% para a Dilma Rousseff.

É o o desenho de uma metade do Brasil que, finalmente, fez ouvir sua voz neste país.

Pois se cada homem ou mulher que teve o pai e a mãe tangido pela seca, pela miséria, pelo coronelato mandão, olhasse o que seus irmãos estão dizendo, duvido tivesse coragem de condená-los, de novo, ao jugo das elites que os empobreceram e das que os receberam, de nariz torcido, por onde a sina de retirante os espalhou.


É, como diz a turma do bucho cheio que se reúne com Aécio, “o pessoal que vota com o estômago”.
Os que ele diz que estão felizes com os “empreguinhos de dois salários mínimos”.

Gente que se reproduz na mediocridade de um imbecil, agora, na fila do banco que disse que paga imposto para dar marmita a nordestino vagabundo.

Que os chama de “paraíba”, de “baiano” e que espalha, como está mostrando o Terra, mensagens de ódio a eles porque votaram em Dilma.

Esses Nordestinos é o nome de uma página que está reunindo e denunciando estas manifestações de ódio.

É, esses nordestinos, que construíram o prédio onde eles moram, que abriram a estrada onde eles passam, que fizeram a escola onde seus filhos estudam, ergueram a ponte que atravessam.

Que fizeram um pedaço imenso deste Brasil rico e egoísta, da gente que é capaz de morrer de fome não porque não tem comida, mas por falta de uma empregada ou um restaurante – cheios de nordestinos na cozinha, aliás – que lhes sirva.

Esses nordestinos, essa gente que sofre mas não odeia, muito melhor do que esta, que não sabe o que é sofrer, mas sabe muito bem o que é odiar.

São eles os “limpinhos e cheiros”, mas como fedem, meu deus! 
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PITACO DO ContrapontoPIG

"É, esses nordestinos, que construíram o prédio onde eles moram, que abriram a estrada onde eles passam, que fizeram a escola onde seus filhos estudam, ergueram a ponte que atravessam. "

... Que escreveram muitos dos livros que leram. Que compuseram muitas das músicas que eles ouvem. Que trabalham nas novelas que eles assistem. Que brilham nos estabelecimentos de ensino superior de ponta como o ITA e o IME... Que ...!

Texto replicado deste endereço:
http://saraiva13.blogspot.com.br/2014/10/coxinhas-xingam-os-nordestinos-no.html

sábado, 4 de outubro de 2014

Como a logística ajudará Dilma a se reeleger

A manutenção do esforço realizado nos últimos 12 anos é fundamental para eliminar os gargalos ainda existentes e reforçar o impacto positivo das obras.

José Augusto Valente


No artigo anterior, expus os motivos gerais pelo qual Dilma poderá ser reeleita pelo que fez na área de logística e transportes. Neste artigo, pretendo detalhar um pouco mais esses motivos, tratando de assuntos que ficaram invisíveis para a grande maioria da população, mas que podem fazer a diferença nos segmentos específicos ligados a estes temas.

Transporte Rodoviário de Cargas

É o caso da revolução realizada no transporte rodoviário de cargas, o que, segundo as lideranças do setor, levará centenas de milhares de caminhoneiros a fazerem campanha e votarem na presidenta Dilma.

Além dos elevados investimentos nas condições de trafegabilidade e segurança nas rodovias, duas importantes medidas do governo Dilma mudaram a qualidade de vida dos caminhoneiros e aumentaram a eficiência do transporte rodoviário de cargas.

São elas a aprovação da lei do tempo de direção e descanso para motoristas de caminhão e ônibus, que está em fase final de ajustes no Congresso Nacional, e a implantação do sistema de Cartão-Frete, em substituição à informal carta-frete para caminhoneiros autônomos. Esta medida encontra-se em vigor, mas exige maior rigor na fiscalização.

O Cartão-Frete permitirá, entre outras coisas, a redução dos custos operacionais dos caminhoneiros, no que tange à alimentação, abastecimento e lubrificação, por exemplo, uma vez que anteriormente eles eram obrigados a utilizar somente postos que aceitassem a carta-frete.

Permitirá também ao caminhoneiro comprovar renda para viabilizar financiamento de caminhão usado, via programa Procaminhoneiro, do BNDES.

Retomada dos investimentos em ferrovias de carga

No período 1964-2002, constata-se o descaso e o abandono do modal ferroviário, incluindo a erradicação de cerca de 30 mil quilômetros de linhas. No início do governo Lula, com a elaboração do Plano de Revitalização de Ferrovias, tem início uma nova era de investimentos e retomada desse importante modal de transportes.

A partir daí, foram desenvolvidas ações que envolvem a construção de novos trechos em bitola larga (1,60 m) e a recuperação ou eliminação de segmentos críticos, principalmente em travessias urbanas, da malha existente, em bitola estreita (1,0 m).

No período Lula/Dilma foram construídos 1,8 mil quilômetros de novas ferrovias e adequados 107 quilômetros da malha existente, com a construção de contornos e variantes ferroviárias. Do total de novas ferrovias, 1,2 mil quilômetros foram concluídos entre 2011 e 2014; e realizados 49 quilômetros de adequações ferroviárias.

As principais ferrovias construídas foram a Ferrovia Norte-Sul – trecho Palmas/TO - Anápolis/GO (855 quilômetros); a extensão da Ferronorte – trecho Rondonópolis/MT – Alto Araguaia/MT (260 quilômetros); e a Ferrovia Transnordestina trecho Missão Velha/PE – Salgueiro/PE (96 quilômetros)

Portos

Um dos principais investimentos realizados no sistema de portos marítimos foram ações decorrentes do Plano Nacional de Dragagem. Isto porque os navios de contêineres, e mesmo os graneleiros, aumentaram suas capacidades de carga e de tamanho, exigindo, portanto, maior profundidade nos canais de acesso aos portos e nos cais de atracação.

Foram realizadas dragagens de aprofundamento de 7 portos: Santos/SP, Natal/RN, Fortaleza/CE, São Francisco do Sul/SC, Itajaí/SC, Rio de Janeiro/RJ e Suape/PE.

Também para atender à necessidade de maior profundidade, foram realizadas derrocagens das pedras de Tefé e Itapema- Santos/SP.

Importantíssima medida foi a instituição da Lei do Reporto, que garante isenção fiscal para máquinas e equipamentos portuários – depois estendido para as ferrovias.

Isso permitiu a modernização e aumento da eficiência dos terminais portuários, especialmente os de contêineres. A tal ponto que já colocou o porto de Santos na frente dos famosos Roterdã (Holanda) e Hamburgo (Alemanha) e muito próximo de Xangai (China), em termos de produtividade.

Aeroportos

Seis aeroportos importantes foram licitados para operação pela iniciativa privada (todos os contratos em andamento): Guarulhos/SP, Galeão/RJ, Brasília/DF, Confins/MG, Viracopos/SP, São Gonçalo do Amarante/RN.

Além disso, foi instituído o PDAR – Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional que permitirá um salto significativo nessa área, amparado em lei que tramita no Congresso Nacional para subsidiar a aviação aérea regional, beneficiando, entre outros aspectos, o turismo em regiões como a Norte e Centro-Oeste.

E o futuro?

A manutenção do esforço realizado nos últimos 12 anos, com a continuidade do crescimento dos investimentos públicos e privados em transportes, tendo como pilares fundamentais o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC e o Programa de Investimentos em Logística - PIL, é fundamental para eliminar os gargalos ainda existentes e reforçar o impacto positivo das obras e serviços sobre o desenvolvimento econômico e social.

Parte do futuro já se encontra desenhado pelas conquistas do passado. Por exemplo, as obrigações de investimento decorrente dos contratos de concessões rodoviárias e dos contratos licitados pelo DNIT viabilizarão a realização do maior programa de duplicação de rodovias da história do Brasil, montando a mais de 5 mil quilômetros.

O sucesso dos Processos de Manifestação de Interesse – PMI de rodovias, e das licitações previstas no DNIT, irá ampliar as duplicações em mais 3,1 mil quilômetros.

A conclusão do Plano Nacional de Logística Integrada (PNLI) permitirá que as ações sejam guiadas para a construção de uma rede logística multimodal para o Brasil, condição necessária para aprofundar a integração nacional e o desenvolvimento regional.

Importante objetivo estratégico, perseguido desde 2007, é o reequilíbrio da matriz modal de transportes, com maior uso de ferrovias e hidrovias, tornando a infraestrutura logística um pilar do crescimento nacional.

Esse grande volume de investimentos em andamento – com recursos do orçamento ou financiados via PPP e Concessão –, e os expressivos resultados mencionados no artigo anterior, tornam irrelevantes os programas de governo de Marina e Aécio, na área de logística, na medida em que eles só falam generalidades e sobre formas de financiamento (PPP e Concessão), como se isso fosse uma panaceia.

Por esses motivos e muitos outros que não couberam neste artigo, Dilma deverá garantir o voto de quem prioriza um salto na logística brasileira.

(*) José Augusto Valente – especialista em logística e transportes

Texto original: CARTA MAIOR

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Jornal francês define Marina como instrumento de Washington

publicado em 27 de setembro de 2014 às 18:14


Foto acima, reprodução da parte superior da capa da revista; foto abaixo, de Leandro Cavalcante, no Facebook, via redes sociais


Da redação

O jornal francês L’Humanité, em sua revista dominical, traz um perfil da candidata Marina Silva. Pergunta: Quem é ela de verdade?

Na capa, no entanto, já vem a definição: Eleições no Brasil — Marina Silva criada por Washington para derrubar Dilma Rousseff.

O jornal, fundado em 1904, teve ligações formais com o Partido Comunista Francês e oferece aos leitores uma visão crítica de esquerda.

Até agora, Marina Silva vinha sendo descrita na mídia internacional como a filha de seringueiros que emergiu da floresta para salvar a Amazônia e, portanto, o planeta.

Por isso, a importância da publicação, que claramente coloca Marina no campo para o qual ela se deslocou: a “nova direita brasileira”, na definição do título da reportagem.

Leia também:
Stiglitz detona a teoria econômica que a direita brasileira quer importar

Texto original: VI O MUNDO