quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Por dentro da mente de trolls como Wanderley Silva.

Postado em 21 jan 2016
Os recentes anúncios de medidas judiciais contra disseminadores de ódio na internet jogaram luzes sobre o perfil deles.
Dois casos destacam-se: o do jornalista João Pedrosa e o do ex-lutador Wanderlei Silva.
Eles destroem a tese, tão orgulhosamente defendida por FHC, de que o antipetismo reúne pessoas mais bem informadas e mais cultas que as demais.
Seriam, segundo este ponto de vista, uma elite cultural na sociedade, bem acima dos “pobres” que apoiam o governo por causa dos programas sociais.
Ora, ora, ora.
É uma lenda que se desfaz espetacularmente.
Comecemos por Pedrosa, que milita nos Jardins de São Paulo, sede dos ricos paulistanos.
Viu-se, pelas postagens e pelas explicações posteriores, que Pedrosa é senhor de uma ignorância desumana. Ele fala coisas desconexas e é tão analfabeto que escreve fingir com jota. Fingir.
É também confuso e tolo. Afirma-se capitalista numa linha e em outra é um homem de esquerda.
Atribui, indistintamente, todas as coisas ruins que enxerga, ou diz enxergar, ao governo. Uma mulher deu à luz na rua? Culpa do PT. Governos estaduais – sobretudo os do PSDB – não têm responsabilidade por nada.
Wanderlei Silva culpou Dilma pelo atraso de uma obra em Goiás tocada pelo governo local.
Pessoas como Pedrosa não usam estatísticas. Sacam lugares comuns e atacam o governo. Não adiantam os estudos nacionais e internacionais que mostram uma expressiva redução na miséria nos últimos anos.
A miséria, para elas, é culpa do PT. É como se, antes de Lula, o Brasil fosse uma espécie de Escandinávia: escolas públicas ótimas,  hospitais públicos excelentes e por aí vai. Uma terra sem favelas, sem famintos, sem desdentados.
É uma tribo brutalmente sem noção.
A palavra é forte, mas, tecnicamente, são idiotas: vociferam sem base nenhuma em fatos concretos.
São portanto presa fácil para manipulações. É aí que entra a mídia para a composição de sua mentalidade tosca, rasa e embotada. Ao ler a Veja, ouvir estações como CBN e assistir a telejornais como o Jornal Nacional, tomam tudo como verdade absoluta.
Não questionam o conteúdo e a opinião que chegam a eles. Ignoram que, por trás de tudo aquilo, estão interesses de algumas poucas famílias, como os Civitas e os Marinhos, dispostas a qualquer coisa para preservar seus privilégios e os de sua classe.
Outro traço vital dos propagadores de ódio são os maus modos viscerais. Podem saber usar talheres, mas se comportam como seres primitivos. Pedrosa foi capaz de invadir o Instagram da filha de Chico Buarque para insultar toda a família.
Não hesitou diante da figura de um bebê, o neto de Dilma, para desejar maldição por sete gerações para a família presidencial.
São maldosos, mesquinhos, ruins.
Outro ponto comum a eles é alegar que votaram em Lula e se decepcionaram. Ora, o Brasil cresceu ininterruptamente nos anos de Lula, e sua aprovação ao sair era superior a 80%.
Onde os motivos para uma decepção tão raivosa? (A propósito: simplesmente não acredito que tenham votado em Lula.)
Wanderlei Silva chegou ao cúmulo de dizer que ele é que deveria processar Lula pelo desapontamento.
Ora, ora, ora. Daqui a pouco, se essa lógica bizarra prevalecer, seus torcedores de sentirão no direito de processá-lo pelas decepções que ele lhes trouxe no ringue.
Mesmo admitindo que pode ter compartilhado uma mentira criminosa sobre o filho de Lula, ele não usa em nenhum momento a palavra “desculpa”.
Os processos anunciados e promovidos por vítimas deste ódio como Lula e Chico escancarou o caráter abjeto dos trolls.
Eles só sairão de cena se mais e mais processos forem movidos. O país ficará tanto melhor quanto menos delinquentes espalharem seu veneno nas redes sociais.
Processá-los é o melhor detergente contra eles.
Texto original: DCM

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Alarme na Venezuela

A América Latina não merece ver uma Síria ser criada no seu território - isso seria o pior dos mundos.


Jeferson Miola

A Nota Oficial das Forças Armadas da Venezuela, que adiante publicamos traduzida para o português, pode assumir uma dimensão histórico -jornalística de grande alcance. Não se pode desprezar que a evolução dos acontecimentos na nação bolivariana poderá trazer desfechos indesejáveis.

A Nota tem a linguagem e o tom que são próprios do apaixonado debate político-ideológico na Venezuela, com chavistas e oposição [da moderada à fascista] duelando em elevados decibéis.  
O texto, duríssimo na mensagem, é escrito por um ator cujo poder está gravado na Constituição Bolivariana e nas Leis do país. O poder da República Bolivariana, é bom lembrar, é sustentado pela “coalizão cívico-militar” bolivariana.  
A oposição recém empossada para dirigir a Assembléia Nacional do país pretende converter o Parlamento no contra-poder à Revolução Bolivariana; na própria Contra-Revolução. Nos primeiros gestos, agride os valores, símbolos e imagens que, goste-se ou não, estão escritos na Constituição promulgada em 1999.  

Aparentemente, por essa razão os militares venezuelanos se manifestaram com indisfarçável gravidade. O texto pode ser tomado como o prelúdio de escaramuças no país vizinho. Melhor seria a oposição exercer sua legitimidade na plenitude, porém no marco da mais absoluta constitucionalidade e legalidade.  
Do contrário, a temperatura política e a conflitividade social poderão aumentar, assumindo padrões preocupantes. No curso da história, quando o embate evolui para a violência, o impasse pode desembocar em situações de guerra civil.  
Oxalá não seja esta a evolução dos acontecimentos na Venezuela, porque de outro modo estaríamos ingressando numa etapa perturbadora da geopolítica regional e também mundial. Os Estados Unidos, como a história ensina, não ficariam indiferentes à crise na Venezuela, assim como não são indiferentes hoje – vide as intromissões e desestabilizações diretas ou apoiadas/financiadas que promove no país petro-caribenho.  
A América Latina não merece ver uma Síria ser criada no seu território – isso seria o pior dos mundos.
Comunicado da Força Armada Nacional Bolivariana em desagravo ao ultraje da memória do libertador Simón Bolivar, à memória do comandante supremo Hugo Chávez, ao presidente constitucional da República como personificação do Estado e Comandante da Força Armada Nacional Bolivariana e à honra militar
A Força Armada Nacional Bolivariana, em inquebrantável unidade, e consciente do momento histórico que vive nosso país, expressa a todo o povo venezuelano sua profunda indignação pela forma desrespeitosa, carregada de desprezo e soberba, onde se ordenou a retirada das imagens de nosso libertador Simón Bolivar, do comandante supremo da revolução bolivariana Hugo Chávez e do cidadão Nicolás Maduro Moros, Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela, das instalações do Palácio Federal Legislativo, onde ocorreu a recém instalada Assembleia Nacional.
Simón Bolívar é o pai da pátria, homem de altíssima honra, um símbolo sagrado para todos nós e de especialíssimo valor para a América Latina. Sua gigantesca obra emancipatória deu a independência a cinco nações e permitiu a fundação de outra, epopéia heróica reconhecida no mundo inteiro que permanece incólume na consciência coletiva de todos os seres humanos amantes da liberdade, por tal razão, as representações materiais que dele foram feitas, de qualquer natureza e origem, serão sempre objeto de admiração e respeito de quem orgulhosamente somos herdeiros de suas glórias. A nova imagem de seu rosto sendo usada oficialmente nas dependências públicas, é o produto de uma investigação científica com com participação de atores nacionais e internacionais, cujo objetivo não foi outro além de exaltar sua memória


A história de Bolívar é a história da Venezuela, e a história da Venezuela é a história da América!
Nossa Carta Magna, que nasceu de um processo constituinte sem precedentes, invoca o exemplo histórico do libertador e por tal motivo, neste mesmo processo, a República adquiriu ser caráter bolivariano; continua sendo hoje a República Bolivariana da Venezuela, a transformação política, social e econômica que ocorre na Venezuela surge destas raízes, desta mesma doutrina instituída pelo próprio libertador; é indefectivelmente a Revolução Bolivariana. Como consequência, os soldados e soldadas da Pátria estamos orgulhosos de ser, de sentirmo-nos e de nos chamarmos bolivarianos, e agora sermos a Força Armada Nacional Bolivariana.
De outro lado, o Comandante Supremo Hugo Rafael Chávez Frías é um filho desta nação, forjado no calor de nossas academias militares.
Em sua Carreira militar, desde onde, sempre embasado no ideário e ação de Bolívar, empreendeu a colossal transformação dos destinos do País, para resgatar um povo oprimido pela oligarquia que promovia o sistema de capitalista de exploração, para colocar sua visão de um mundo multipolar, da necessária integração latinoamericana, socialista, anti-imperialista e profundamente humanista, transcendeu nossas fronteiras para levar benefícios aos mais despossuídos e vulneráveis em distintas latitudes, colocando os pobres em um altar, suas conquistas do ponto de vista social são inumeráveis: milhões de compatriotas foram beneficiados, orientados sempre a garantir a maior soma de felicidade possível. Tal como fez Bolívar, dedicou e ofereceu sua vida a serviço de sua nação, à sua defesa e desenvolvimento, despertando a consciência nacionalista de todos os venezuelanos e venezuelanas que habitam esta terra graciosa.
Da mesma maneira, o presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela, Comandante da Força Armada Nacional Bolivariana, Nicolás Maduro Moros é a máxima autoridade do Estado, eleito pelo voto popular, enfrentou complexos obstáculos, adversidades de todo tipo e seguindo os passos de Bolívar, hoje defende o interesse nacional, pelo qual reiteramos nossa absoluta lealdade e irrestrito apoio.
Agredir a memória eterna daqueles que já não estão mais fisicamente entre nós é um ato decadente e nojento que acaba com o princípio da honra militar, que se materializa diante da tomada de consciência no contexto de uma sociedade que se rege por princípios cidadãos. Ultrajaram a honra militar! Por tudo isso, a Força Armada Nacional Bolivariana, cujos integrantes somos de irredutível vocação bolivariana e consequentemente chavista, rechaçamos categoricamente qualquer ato no qual se desrespeite e se manche a memória de homens tão destacados, defensores da justiça e da igualdade, pois ao fazê-lo se ofende também a dignidade e as mais puras tradições venezuelanas e de toda América. Exigimos que acabem imediatamente com atos desta natureza, que em nada contribuem com a harmonia, e entendimento e a paz entre nossos conterrâneos.

“Chávez vive, a Pátria segue”
“Independência e Pátria Socialista…”
“Viveremos e venceremos”


Vladimir Padrino Lópes
General
Ministro do Poder Popular para a defesa e comandante estratégico operacional

Texto original: CARTA MAIOR