quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O negociador das delações premiadas

Procurador do caso Banestado volta a brilhar na Lava Jato ao lado do juiz-celebridade e do doleiro que mentiu para a Justiça
Ideólogo e principal negociador das delações premiadas na Operação Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima – o mesmo que rebateu Dilma pela imprensa e disse que Lula poderia ser investigado – possui ligações curiosas com o caso Banestado, assim como o juiz federal Sérgio Moro e o doleiro Alberto Youssef, personagens reincidentes do Paraná.
Ao vê-lo nos noticiários dando entrevistas exclusivas para defender os procedimentos utilizados na operação, a pergunta que ocorreu foi: mas quem é, afinal, esse procurador que se comporta como um político de oposição sob os holofotes da mídia?
Uma reportagem da Istoé, de setembro de 2003, intitulada “Raposa no galinheiro”, nos dá uma ideia de quem estamos falando. A matéria é escrita pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Na época, ele ainda não tinha lançado o livro pelo qual ficou amplamente conhecido: “A Privataria Tucana”.
No texto, ao relatar a viagem de uma comissão com parlamentares e membros do judiciário aos EUA para apurar as denúncias do caso Banestado, o jornalista afirmou: “A viagem seria um sucesso, mas o trem quase descarrilou por causa de uma disputa insólita, cujos motivos até então ocultos se revelaram, no mínimo, de má-fé”.
E continuou:  “É que entre os procuradores estava Carlos Fernando dos Santos Lima. Santos Lima, quando servia em Curitiba, foi quem recebeu e manteve engavetado, desde 1998, o dossiê detalhadíssimo sobre o caso Banestado e uma lista de 107 pessoas que figuram na queixa-crime sobre remessa de dólares via agência em Nova York. No episódio houve aquilo que em termos jurídicos se chama de “instituto da suspeição”, já que o procurador é parte interessada no caso. Sua esposa, Vera Lúcia dos Santos Lima, trabalhava no Departamento de Abertura de Contas da filial do Banestado, em Foz do Iguaçu. Agora, na Big Apple, Santos Lima fez um tour de force para que a documentação da quebra de sigilo de várias contas, realizada pelo escritório da Procuradoria Distrital de Manhattan, também não viesse à luz, enveredando por um labirinto burocrático que, como sempre, tem seu final em pizza.
Parece mentira, mas não é. Ele é justamente o procurador que adora se posicionar na frente dos holofotes e apontar suposições. Nunca provas. É o procurador que, sem receber nenhum voto, comporta-se como um opositor ao governo que, pelo seu histórico pessoal e profissional, parece detestar.
Como bem definiu Wadih Damous, ex-presidente da OAB do Rio de Janeiro, em seu artigo: “Os que anunciam desejar “refundar a República” devem se candidatar a cargos eletivos e se submeter ao crivo do sufrágio universal. Essa não é a função de juízes e de procuradores. Já está mais do que na hora de voltar a valer um velho adágio: juiz só fala nos autos. O papel de celebridade não é apropriado para quem veste toga”.
Definitivamente, uma operação que poderia servir de combate à lavagem de dinheiro no país tornou-se uma operação que serve a interesses políticos para criminalizar o Partido dos Trabalhadores. A parcialidade de todas as decisões, focada única e exclusivamente no PT, é uma prova inquestionável do teor político da Lava Jato.
As arbitrariedades e os questionamentos à condução da operação não param por aí.
Acesse os links e saiba mais:Lava Jato e Banestado: personagens se repetem
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2 comentários:

  1. Dede os tempos do santo de pedestal de barro J. Barbosa, que essa prática midiática de certos juízes fragiliza a justiça. Sempre achei que o papel de celebridade não combina com a toga. Juiz deve se manifestar nos autos e bico calado fora dele, ao contrario fere a ética, perde a moral e a compostura.

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  2. Até agora não entendi a postura do Governo em relação a essa operação Salva Ratos porque de limpeza a jato não tem nada. Menciono o Governo porque tem sido alvo de várias ações criminosas que visam desmoralizá-lo e têm sido consentidas pelo CNJ, afinal quem manda no juiz Sérgio Moro, ninguém? Quem roubou tem que ir pra cadeia, mas têm que haver provas! Vaccari foi preso e condenado porque roubou? Aonde estão as provas materiais e testemunhais? Dos delatores premiados? Logo deles, os maiores ladrões! E os outros tesoureiros dos partidos que receberam doações como Vaccari não foram presos e condenados porque razões? Oh! juizinho Moro complicado! Tem alguma história no meio que não nos contaram ainda!

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