sábado, 28 de novembro de 2015

'Desastre ambiental em Minas é mais uma herança maldita do PSDB', diz deputado

Najla Passos


A privatização da Companhia Vale do Rio Doce - operada pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1997 - não apenas entregou à iniciativa privada um dos mais rentáveis patrimônios do país, como deixou a exploração do minério brasileiro totalmente à mercê do capital internacional. 

Quem afirma é o deputado Rogério Correia (PT-MG), relator da Comissão Extraordinária de Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG), criada para apurar as responsabilidades pelo desastre ambiental de Mariana (MG). “É mais uma herança maldita que o PSDB nos deixou”, disse. 
“A privatização da Vale deixou o país sem

terça-feira, 24 de novembro de 2015

No Brasil, a pedagogia dos crimes das mineradoras não sensibiliza governos nem parlamentares

publicado em 24 de novembro de 2015 às 00:19


Os crimes socioambientais e a pedagogia da catástrofe
fatimaoliveira@ig.com.br @oliveirafatima_
Desde a década de 70 está em gestação o esboço de um pacto em torno da defesa do planeta Terra, tido como um patrimônio comum da humanidade. Ao menos, esse é o discurso consensual corrente, embora não haja uma compreensão coesa do que seja realmente a “defesa da natureza”.
Todavia, a marca pública dos debates ecológicos é a denúncia da degradação que o ser humano impôs à água, ao ar e à terra. O sentimento mais presente nos discursos ecológicos é o medo. Não sem razão.
Os exemplos são terríveis: as catástrofes das indústrias químicas, como em Seveso, o gás mortífero da fábrica Icmesa, na Itália, em 1976; o gás tóxico de Bhopal, na Índia, em 1984; a poluição do rio Reno pelo incêndio da fábrica da Sandoz na Basileia, na Suíça, em 1986; a doença de Minamata, no Japão, por intoxicação de mercúrio da fábrica Chisso, que lançava dejetos desde 1930 na baía de Minamata – o primeiro caso humano diagnosticado ocorreu em 1956, mas morreram cerca de 2.000 pessoas, e as sequeladas são incontáveis!
Não ficam atrás os casos das indústrias petrolíferas: marés pretas da Bretanha, do Alasca, do Rio de Janeiro (2000), na Espanha (2002), no golfo do México (2010) etc. O incêndio por vazamento de gasolina na Vila Socó, em Cubatão, em São Paulo (1984), que oficialmente resultou em 93 mortes, mas há estimativas de que foram mais de 500.
As catástrofes das fábricas e os artefatos nucleares são de grande vulto: a bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, no Japão; Three Miles Island, em 1979, nos Estados Unidos; Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, ex-URSS; o césio de Goiânia, em 1987; e Fukushima, em 2011, no Japão. Como se isso não bastasse, há o justo temor de catástrofes biológicas, via armas biológicas “bioengenheiradas”.
Mas eis que em 5 de novembro passado, por volta das 16h, o povoado de Bento Rodrigues, em Mariana, foi soterrado pela não inócua lama tóxica – rejeitos de mineração – após o rompimento das barragens do Fundão e Santarém, da mineradora Samarco, de propriedade da anglo-australiana BHP Billiton e da Vale, ex-Vale do Rio Doce…
O povoado de Barreto, em Barra Longa, também foi soterrado, sem mortes humanas, mas perdeu escolas, pontes, estradas e casas. Bento Rodrigues contava mais de 200 anos, mas agora acabou! Sete mortes foram confirmadas, 12 pessoas estão desaparecidas e os impactos socioambientais são incomensuráveis.
Rompimento de barragens de mineradoras em Minas Gerais não é novidade: em Nova Lima, cinco operários morreram (2001); Cataguases (2003); Rio Pomba (2007); e Itabirito (2014), na qual três operários morreram e cinco ficaram feridos. Porém, os governos de Minas e os brasileiros foram incapazes de beber na “pedagogia da catástrofe” – constatação do ecologista suíço René Longet, que diz que Seveso “mudou a visão da opinião pública a respeito da indústria química, passando a considerá-la potencialmente perigosa”.
Texto original: VIOMUNDO

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Fracassou mais um golpe no Brasil

Por Antônio Escosteguy Castro, no site Sul-21:

O leitor talvez nem tenha se dado conta que neste último domingo, dia 15 de novembro, houve mais um destes “atos espontâneos convocados pelas redes sociais” contra Dilma e pelo impeachment. Foi o quarto deste ano, depois de atos semelhantes em março, abril e agosto. Foi um fracasso retumbante, reunindo meia dúzia de gatos pingados. O que houve? Por que não reuniu alguns milhares de pessoas como nas vezes anteriores, embora o número já viesse decrescendo desde março?

Na verdade, não fracassou uma simples manifestação, mas terminou miseravelmente uma elaborada tentativa de golpe à paraguaia. Eis roteiro: O TCU rejeita as contas de Dilma, conferindo um caráter técnico ao pedido de impeachment que a Oposição, com Hélio Bicudo à frente, propõe logo depois. As investigações da Lava-jato se lançam para cima da família Lula da Silva, para onde uma providencial juíza manda também os cães farejadores da Zelotes, abandonando a pauta da sonegação fiscal. Com base nisto, Sérgio Moro manda prender Lula e seus dois filhos; com a família Lula da Silva na cadeia, os caminhoneiros entram em greve, paralisando as estradas e causando um profundo desabastecimento no país, enfurecendo a classe média. No dia 15 de novembro, atos massivos de centenas de milhares de pessoas pedem a queda do governo e no dia 16, o novo herói do povo, Eduardo Cunha, põe em votação o impeachment na Câmara e Dilma cai. Este era o plano. Falhou rotundamente. E por várias razões.

A primeira delas é que boa parte do empresariado que apoiava e financiava o golpe abandonou o barco. Desde agosto, quando algo semelhante também foi tentado, igualmente sem sucesso, os empresários vêm se afastando dos movimentos pró-impeachment, que perturbam em demasia o cenário político e econômico do país, aprofundando uma crise que por si só já não será de fácil solução. Estas “ manifestações espontâneas” custam milhões de reais em convocação no Facebook, robôs no Twitter e outros atos de mobilização, despejados antes fartamente nos Revoltados on Line e outros grupos do gênero. Sem o financiamento fácil dos empresários, e sem a cobertura direta e intensa da Globo, os atos de domingo expressaram a real representatividade que tem estes movimentos. O recuo empresarial explica, também, o completo fracasso do lockout dos caminhoneiros, que se destinava a repetir uma estratégia que ajudou a derrubar Allende, no Chile, em 1973. Parte significativa do empresariado entendeu que a agitação política que cercaria um processo de impeachment tornaria mais grave a situação econômica e que isto simplesmente não vale a pena.

O front judicial do golpe também foi fragilizado. O STF quebrou o império de Sérgio Moro, tirando-lhe os poderes de Inquisidor Geral da Nação. A juíza que mandou investigar um dos filhos de Lula provou-se irmã de um político do PSDB e sua ordem foi sustada com um forte despacho de uma desembargadora carioca sobre a “desproporcionalidade” dos atos autorizados. Com a sanção da lei do Direito de Resposta, as denúncias sobre o outro filho de Lula foram “retiradas” e a imprensa pediu desculpas pelo “erro”. Não há mais clima para Sérgio Moro prender Lula e sua família e incendiar a classe média coxinha.

Três atores centrais do golpe derreteram muito rápida e intensamente neste período. Augusto Nardes, o autor da condenação “técnica” contra Dilma, aprovada em 19 minutos de julgamento pelo TCU, está sendo investigado por corrupção e envolvimento na Operação Zelotes. O antes todo-poderoso Eduardo Cunha, que impunha sua pauta à nação e ao governo, terá sorte se não passar o Natal na cadeia ou se não tiver de viver na África vendendo carne enlatada, um negócio que parece dar muito dinheiro. Aécio, o beneficiário direto de todo o golpe, sofreu mais um desgaste com a denúncia de que colocou o avião do governo de Minas Gerais à disposição do jet-set carioca. Ficou difícil tocar um processo de impeachment patrocinado e protagonizado por políticos com tal grau de fragilidade.

E por último, o Governo e o PT reagiram desde agosto. Estabeleceu-se um núcleo político mais forte no Planalto; houve uma aproximação dos movimentos sociais; Lula voltou a mobilizar a base social do governo; abriu-se mais espaço para o PMDB na Esplanada. Embora ainda titubeante em muitos movimentos, o Governo e o PT conseguiram sair do canto do ringue, como mostram as recentes votações dos vetos de Dilma no Congresso.

O fato alentador, portanto, é que o golpe fracassou não porque falhou esta ou aquela peça. Afundou em todas as suas dimensões, o que prenuncia tempos menos instáveis para a República. Mas o golpe não saiu do radar. Eduardo Cunha ainda não caiu; Sérgio Moro continua perseguindo o PT; a Oposição não consegue elaborar um programa para vencer uma eleição. Infelizmente, para uma parte da elite brasileira, a única forma de chegar ao poder é liquidando a Democracia. Alguém já disse que o preço da liberdade é a eterna vigilância…

Replicado deste endereço: BLOG DO MIRO

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Intelectuais da Unicamp estão rindo da burrice da Câmara de Campinas?, questiona artigo do El Pais

A colunista do Jornal espanhol El Pais, Eliane Brum, publicou artigo hoje em que pergunta o que aconteceu com os intelectuais de Campinas depois da “burrice” proferida pela Câmara de Campinas ao aprovar uma moção de repúdio ao Ministério da Educação.
“moção de repúdio” foi aprovado por causa de uma questão da prova do Enemque citava a filósofa francesa Simone de Beauvoir.
Para ela, episódios como esta “moção de repúdio” à Simone de Beauvoir ocorriam esporadicamente em rincões afastados, e logo eram ridicularizados. “Hoje, acontecem na Câmara de Vereadores de uma das maiores e mais ricas cidades do estado de São Paulo, no sudeste do Brasil, uma cidade que abriga várias universidades, entre elas a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), uma das mais respeitadas do país. E cadê os intelectuais? Rindo dos burros nas cantinas universitárias? Será? Não era de se esperar mais iniciativas de busca do diálogo, de criação de oportunidades para explicar quem é Simone de Beauvoir e refletir sobre sua obra, ou mesmo a ocupação da Câmara, para produzir reação e movimento que permitisse o conhecimento e combatesse a ignorância?”
No texto de Brum no El Pais, o Brasil atingiu a burrice máxima: “a fogueira de Simone de Beauvoir a partir da questão do ENEM mostrou que a burrice se tornou um problema estrutural do Brasil. Se não for enfrentada, não há chance. Hordas e hordas de burros que ocupam espaços institucionais, burros que ocupam bancadas de TV, burros pagos por dinheiro público, burros pagos por dinheiro privado, burros em lugares privilegiados, atacaram a filósofa francesa porque o Exame Nacional de Ensino Médio colocou na prova um trecho de uma de suas obras, O Segundo Sexo, começando pela frase célebre: “Uma mulher não nasce mulher, torna-se mulher”. Bastou para os burros levantarem as orelhas e relincharem sua ignorância em volumes constrangedores. Debater com seriedade a burrice nacional é mais urgente do que discutir a crise econômica e o baixo crescimento do país. A burrice está na raiz da crise política mais ampla. A burrice corrompe a vida, a privada e a pública. Dia após dia.”
Texto original: CARTA CAMPINAS

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O negociador das delações premiadas

Procurador do caso Banestado volta a brilhar na Lava Jato ao lado do juiz-celebridade e do doleiro que mentiu para a Justiça
Ideólogo e principal negociador das delações premiadas na Operação Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima – o mesmo que rebateu Dilma pela imprensa e disse que Lula poderia ser investigado – possui ligações curiosas com o caso Banestado, assim como o juiz federal Sérgio Moro e o doleiro Alberto Youssef, personagens reincidentes do Paraná.
Ao vê-lo nos noticiários dando entrevistas exclusivas para defender os procedimentos utilizados na operação, a pergunta que ocorreu foi: mas quem é, afinal, esse procurador que se comporta como um político de oposição sob os holofotes da mídia?
Uma reportagem da Istoé, de setembro de 2003, intitulada “Raposa no galinheiro”, nos dá uma ideia de quem estamos falando. A matéria é escrita pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Na época, ele ainda não tinha lançado o livro pelo qual ficou amplamente conhecido: “A Privataria Tucana”.
No texto, ao relatar a viagem de uma comissão com parlamentares e membros do judiciário aos EUA para apurar as denúncias do caso Banestado, o jornalista afirmou: “A viagem seria um sucesso, mas o trem quase descarrilou por causa de uma disputa insólita, cujos motivos até então ocultos se revelaram, no mínimo, de má-fé”.
E continuou:  “É que entre os procuradores estava Carlos Fernando dos Santos Lima. Santos Lima, quando servia em Curitiba, foi quem recebeu e manteve engavetado, desde 1998, o dossiê detalhadíssimo sobre o caso Banestado e uma lista de 107 pessoas que figuram na queixa-crime sobre remessa de dólares via agência em Nova York. No episódio houve aquilo que em termos jurídicos se chama de “instituto da suspeição”, já que o procurador é parte interessada no caso. Sua esposa, Vera Lúcia dos Santos Lima, trabalhava no Departamento de Abertura de Contas da filial do Banestado, em Foz do Iguaçu. Agora, na Big Apple, Santos Lima fez um tour de force para que a documentação da quebra de sigilo de várias contas, realizada pelo escritório da Procuradoria Distrital de Manhattan, também não viesse à luz, enveredando por um labirinto burocrático que, como sempre, tem seu final em pizza.
Parece mentira, mas não é. Ele é justamente o procurador que adora se posicionar na frente dos holofotes e apontar suposições. Nunca provas. É o procurador que, sem receber nenhum voto, comporta-se como um opositor ao governo que, pelo seu histórico pessoal e profissional, parece detestar.
Como bem definiu Wadih Damous, ex-presidente da OAB do Rio de Janeiro, em seu artigo: “Os que anunciam desejar “refundar a República” devem se candidatar a cargos eletivos e se submeter ao crivo do sufrágio universal. Essa não é a função de juízes e de procuradores. Já está mais do que na hora de voltar a valer um velho adágio: juiz só fala nos autos. O papel de celebridade não é apropriado para quem veste toga”.
Definitivamente, uma operação que poderia servir de combate à lavagem de dinheiro no país tornou-se uma operação que serve a interesses políticos para criminalizar o Partido dos Trabalhadores. A parcialidade de todas as decisões, focada única e exclusivamente no PT, é uma prova inquestionável do teor político da Lava Jato.
As arbitrariedades e os questionamentos à condução da operação não param por aí.
Acesse os links e saiba mais:Lava Jato e Banestado: personagens se repetem
Verdades e Mentiras: Verdade sobre o “caso” Vaccari

Dossiê comprova detalhadamente a inocência de Vaccari
Por que doações ao PT são propinas e aos demais partidos ‘contribuição eleitoral’?MPF confirma erro sobre depósito na conta da filha de VaccariDelatores se contradizem sobre VaccariLaudo da Polícia Federal confirma: Marice foi presa por engano
Justiça de exceção é vingança
Por que é mesmo que Vaccari está preso?
Matéria do Estadão sobre Vaccari é irresponsávelMPF ignora provas da defesa e pede para manter prisão de Vaccari
Moro acata manifestação do MPF e ignora provas da defesa de VaccariSe a lei vale para todos, por que tesoureiros dos demais partidos não estão presos?Lava Jato: Vaccari é levado à audiência e esquecido na sala de esperaPor que o tesoureiro do PSDB e dos demais partidos não estão na cadeia?‘Folha’ e Youssef perdem a memória e inventam notícia pró-PSDB
ENTENDA: COMO FUNCIONA A OPERAÇÃO LAVA JATOENTENDA O “CASO” VACCARIPor que a Operação Lava-Jato está corrompida?
Pessoas, histórias e lutas que não ficarão pelo caminho

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A tortura imposta por Sérgio Moro a um velho doente de 74 anos. Por Paulo Nogueira

Postado em 30 mai 2015 por :
Com João Roberto Marinho: na Globo ninguém mexe
Sérgio Moro é o pior tipo de justiceiro. É o que se faz passar por bonzinho.
É o que se observa num vídeo que está circulando nas redes sociais. Nele, Moro concede uma audiência ao preso Mário Góes.
O objetivo de Góes ali era conseguir prisão domiciliar.
Várias coisas chamam a atenção no vídeo.
A primeira é o estado de desabamento moral e físico de Góes. Ele tem uma série de doenças que vão de diabete a colite, e um problema de coluna o impede de ficar sentado com conforto.
Está emocionalmente desequilibrado. Chorou na conversa com Moro, e é evidente que não estava interpretando um coitadinho ali.
Góes era o coitadinho.
E tem 74 anos.
Considere. Na Itália, a partir dos 70 anos, você não cumpre sentenças na cadeia, e sim em prisão domiciliar.
Por razões humanitárias.
Diz-se de Moro que ele se inspirou numa operação policial italiana – afinal espetacularmente fracassada — para desencadear a Lava Jato.
Mas pelo visto desconsiderou a civilidade que existe no código da Itália.
Góes não poderia cumprir pena domiciliar? Por que?
Bem, perguntas não faltam no caso. A mais impressionante é a seguinte: quais são as evidências contra Góes?
Moro parece tão no ar sobre isso quanto você e eu. Moro fala em contas em paraísos fiscais, genericamente.
Mas admite, candidamente, não saber nada delas. Sequer, e é ele quem afirma, se estão ativas ou não.
É o triunfo do absurdo.
Mais um, a rigor. Num outro vídeo de Moro, desta vez com Cerveró, ficamos sabendo que a principal acusação do juiz era uma reportagem – logo de quem – da Veja, uma revista mitomaníaca.
Recentemente a BBC visitou o presídio onde Góes está. A descrição é esta: “A maior parte das celas são sujas e apertadas. Algumas têm até seis camas e estão frequentemente abarrotadas de cadeiras de rodas e equipamento médico.”
A maior parte das celas no são sujas e apertadas. Algumas tem até seis camas e estão frequentemente abarrotadas de cadeiras de rodas e equipamento médico
Moro é uma versão atualizada, mas não necessariamente melhor, de Joaquim Barbosa.
Ele agrada, como JB, a dois públicos específicos: o poder econômico e os analfabetos políticos.
Alguém consegue imaginar Moro e Barbosa enfrentando a Globo, por exemplo? Ou mesmo a CBF e Marin?
Como os vazamentos da Lava Jato na campanha eleitoral, a valentia dos dois é seletiva.
Ambos, não por coincidência, foram premiados pela Globo.
E os dois são heróis de grupos de imbecis como o MBL e o Revoltados Online.
São, também, abominados pelos progressistas.
Falta-lhes, em comum, uma característica tão brasileira: a compaixão.
JB tripudiou sobre Genoino quando este estava em condições de saúde miseráveis.
Moro faz o mesmo agora com Góes.
Eles representam a plutocracia brasileira, e a defendem ferozmente.
Mas não representam os brasileiros.
Gente assim não é perdoada pela história.

Texto original: DCM