segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Mensagem de Início de Ano - 2014

No final deste ano, com a perspectiva da realização da Copa do Mundo de Futebol e das Eleições presidenciais, continuarei usando a tradicional mensagem musical (Este Ano quero Paz no Coração), interpretação feita pelos Incríveis, que poderá ser ouvida no vídeo abaixo:




E para vocês começarem o ano bem calmos escolhi este vídeo musical instrumental da música do Filme Titanic,  de ótima interpretação. 
FELIZ E PRÓSPERO ANO NOVO PARA TODOS

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

STF virou um partido político?

As primeiras notícias deste domingo são alarmantes. Na Folha, me deparo com a seguinte manchete: Congresso inerte é risco à democracia, diz ministro do STF (Luis Barroso).

Concordo com a frase. Com certeza, milhares de brasileiros repetem-na diariamente em botequins, cafés e universidades. Só que não ela não cai bem num ministro do Supremo, ainda mais para justificar uma invasão de poderes. Barroso diz que o STF tem de “empurrar a história”. Sim, ministro, mas para onde? Para o abismo?

O STF acabou de protagonizar a mais vergonhosa de suas atuações em décadas, que foi o julgamento da Ação Penal 470, onde condenou sem provas e se submeteu covardemente às ordens da mídia, e agora vem posar de paladino da democracia?

Ao apelar a uma suposta “voz das ruas”, o STF tenta se redimir da vergonha que foi a Ação Penal 470 e salvar-se do naufrágio de seu prestígio segurando uma bola de chumbo, pois ele apenas atropela os instrumentos que a democracia pressupõe para avaliar a vontade do povo, e que não inclui, definitivamente, enquetes subjetivas empíricas sobre o que as ruas pensam.

Ainda neste domingo, ficamos sabendo (via Dora Kramer, Estadão) que a ex-ministra do STF, Ellen Gracie, se filiou ao PSDB no dia 5 de outubro. Gracie foi nomeada para o STF por Fernando Henrique e sua filiação tem coerência, portanto. Mas é uma prova de que FHC, nesse ponto, foi muito mais esperto que Lula: nomeou tucanos orgânicos para o Supremo (Gilmar Mendes e Ellen Gracie).

A direita está cada vez se aproximando mais do Judiciário. Falta agora a esquerda entender que não é inteligente nomear raposas para tomar conta do galinheiro.

Ainda segundo a colunista do Estadão, Joaquim Barbosa já admite que pretende seguir carreira política. Dora Kramer é direta: Barbosa estuda entrar numa legenda de oposição ao PT. Numa pirueta de incrível cinismo, Barbosa diz apenas cuidar para que sua atitude não ponha em dúvida o seu comportamento no julgamento do mensalão. Imagina se não cuidasse!

A coluna de Kramer é um balão de ensaio. Tem toda a pinta de ter sido profundamente discutida, tanto com Barbosa quanto com os “conselheiros mais frequentes” do ministro, que são “marcadamente de oposição”.

“Sobre a hipótese de vir a compor uma chapa como candidato a vice-presidente, não abre nem fecha portas.”

“A melhor porta de entrada na política, na avaliação resultante das consultas feitas pelo ministro, seria uma candidatura ao Senado pelo Rio de Janeiro.”

Ao final do texto, Dora vaza o sonho da direita. Ao responder enquete sobre se aceitaria ou não Joaquim Barbosa como seu parceiro eleitoral, Aécio Neves responde o seguinte (citado por Dora): “Nosso respeito pelo ministro é tão grande que sequer aventamos essa hipótese”.

O amor não é lindo?

Dora, a cupido, ainda bota uma azeitoninha na empada de Aécio, ao acrescentar que o PSDB “anda precisando de reforço justamente no Rio, domicílio eleitoral do ainda presidente do Supremo.”

Não poderia encerrar esse post, contudo, sem lembrar dois artigos do Código de Ética da Magistratura, conforme publicado no site do Conselho Nacional de Justiça:

Art. 7º A independência judicial implica que ao magistrado é vedado participar de atividade político-partidária.

Art. 8º O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância equivalente das partes, e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito.

PS: Esses dois artigos deveriam ser tatuados em partes visíveis no corpo dos juízes, assim que entrassem no STF; talvez isso evitasse vexames, como foi ver Ayres Brito assinando prefácio de livro de Merval Pereira.

TEXTO ORIGINAL NESTE ENDEREÇO:

sábado, 7 de dezembro de 2013

QUEM DISSE QUE A DROGA VEM DOS MORROS?

Via Jornal O Rebate

Laerte Braga

O ex-governador Leonel Brizola, quando acossado pelo corrupto senador José Sarney, então presidente da República (o maior ridículo de nossa história) sobre o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, respondeu que “a droga não era cultivada nos morros, ela vem de longe, passa pelas fronteiras do Brasil”.

Um helicóptero de propriedade de um senador de nome Zezé Parrela, conhecido por ter sido presidente do Cruzeiro Esporte Clube e já, anteriormente, processado por lavagem de dinheiro na venda de jogadores, foi abordado pela Polícia Federal numa fazenda do próprio senador, com 450 quilos de cocaína. Seu filho, o deputado estadual Danilo Perrela, pagou o vôo do helicóptero com dinheiro da Assembléia,, uma parte e outra foi paga com dinheiro do Senado.

O senador e ex-governador Aécio Neves, pré-candidato tucano a presidente da República, cúmplice, irmão de fé camarada do senador Perrela, em menos de uma hora saiu em defesa do próprio e acusou o governo federal de perseguir objetivos políticos tanto no episódio, como no escândalo do metrô de São Paulo, que envolve os corruptos Mário Covas, Geraldo Alckimin, como José Serra (sócio de Daniel Dantas através da filha).

Recobrado da viagem depois de um banho frio e um chá, o ex-governador de Minas resolveu exigir explicações de Perrela.

Na mídia, silêncio absoluto, sobretudo no porta-voz do PSDB, o JORNAL NACIONAL.

O helicóptero é de Perrela, a viagem foi determinada pelo seu filho, a carga era cocaína, o piloto foi assessor do deputado Perreza, Danilo, acabou sendo o único preso e deve terminar culpado dessa história, do contrário aparece atropelado num bairro qualquer de BH.

O Senado não tomou nenhuma providência, mas a Mesa da Câmara queria abrir processo para cassar José Genoíno e o fato vai sendo relegado, esquecido, confiando na memória dos brasileiros que esquecem tudo quando começa a novela da oito.

A prisão de qualquer traficante gerente do que chamam boca, em qualquer lugar do Brasil, notadamente no Rio de Janeiro, faz com que o JORNAL NACIONAL o transforme numa espécie de Al Capone, um famigerado super criminoso. O pó dos Perrelas e de Aécio é ignorado. Deve prevalecer a lógica de William Bonner, editor do porta-voz da mentira – “prejudica os nossos interesses”. Já estão GLOBO e seus sicários no bolso dessa gente e de outros tantos.

A VEJA, pródiga em denúncias contra figuras como Genoíno, cuja estatura moral e histórica é maior que todos eles juntos, fala de discos voadores, de ets, mas nada do pó dos Perrelas e de Aécio.

É claro que o ex-governador, já conhecido como contumaz consumidor de drogas num coro do Mineirão e em várias denúncias, é cúmplice. Do contrário não seria tão exaltado o seu pavor – pavor mesmo – na denúncia contra o governo federal de “perseguir inocentes” figuras do PSDB.

Vai ficar impune o senador? Vai ficar impune o deputado? Vai ficar impune o ex-governador? Ou o próximo roteiro da próxima novela das oito vai trazer a história de um traficante que virou presidente da República e levou o Brasil às alturas?

O presidente do Senado, Renan Calheiros, é um pulha, não disse nada até agora. Pelo jeito nem vai falar. E se falar vai enrolar.

Como dizia Brizola e Sarney recolheu-se, à época, a seu ridículo, a droga não é produzida nos morros.

Vem do alto, vem de helicóptero pago com dinheiro público.

É preciso ir às ruas, é preciso exigir que bandidos que ocupam cargos públicos sejam afastados e presos. Não está aí Joaquim Barbosa, o homem de Miami?

Do contrário o pó vira fundo de campanha do PSDB, como o metrô de São Paulo.

Deve ser por aí o acordo. E ainda rende um bom patrocínio para o grupo GLOBO emplacar mais um imortal, além de Merval Pereira, o cara de pau que muda as vírgulas de Machado de Assis e publica o texto como sendo seu.

Quem sabe William Bonner pelo conjunto de obras de ficção, o JORNAL NACIONAL?

TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO:
http://gilsonsampaio.blogspot.com.br/2013/12/quem-disse-que-droga-vem-dos-morros.html

domingo, 1 de dezembro de 2013

Zezé Perrella, a cocaína e o sobrenome roubado

Por : Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo

No: O Carcará

zeze_perrela_cocaina_drogasPara onde ia a cocaína apreendida no helicóptero da família Perrella? Segundo a Polícia Federal, para a Europa. Os 450 quilos foram avaliados em 10 milhões de reais. Com o refino, pode chegar a dez vezes isso. É a maior apreensão já ocorrida no Espírito Santo, a segunda maior do ano.

É uma operação milionária. O piloto avisou que receberia 60 mil pelo transporte. Quatro pessoas acabaram presas e foram levadas à Superintendência da PF, em São Torquato, Vila Velha. A polícia investigava a área. O sítio, que valeria 300 mil, teria sido comprado por cerca de 500 mil por um laranja, o que despertou a desconfiança da comunidade.

O “grande” traficante, no Brasil, é visto ainda como o sujeito que mora no morro, tem cara de mau, torce para o Flamengo e vive numa “mansão” (a cada invasão de favela aparece uma jacuzzi vagabunda que os telejornais classificam como “uma das mordomias” de Pezão, Luizão, Jefão ou seja lá quem for).

A possível ligação de dois políticos, pai e filho, com uma apreensão desse tamanho mostra que o tráfico vai muito além disso. O deputado estadual Gustavo Perrella (filho de Zezé), num primeiro momento, declarou que a aeronave fora roubada. Depois surgiu uma troca de mensagens com o piloto. Ele vai depor na PF, bem como sua irmã. O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro (o Kakay), diz que o SMS vai provar que seu cliente não sabia de nada. A Folha deu que Gustavo usava verba pública para abastecer a aeronave. O piloto, aliás, era funcionário da Assembleia.

Os Perrellas dão um enredo mafioso clássico. José Perrella, ex-presidente do Cruzeiro, empresário, senador, já foi indiciado por  lavagem de dinheiro na venda do zagueiro Luizão, em 2003. Um inquérito da PF e outro do Ministério Público de Minas investigam também ocultação de patrimônio.

Segundo o “Hoje em Dia”, sua mais recente declaração de bens ao TRE falava em apenas 490 mil reais. Só a fazenda Morada Nova, a 300 quilômetros de Belo Horizonte, está avaliada em 60 milhões de reais.

Em matéria de sinais exteriores de riqueza, ainda possui uma Mercedes CL-63 AMG, que custa em torno de 300 mil reais. Sua casa, no bairro Belvedere, o mais caro de BH, estaria avaliada em 10 milhões. Gustavo, por sua vez, é dono de uma Land Rover e um BMW, dos quais só o último foi declarado à Justiça.

Zezé Perrella chegou a BH com os seis irmãos nos anos 70, vindo do interior do estado. Vendiam queijo e linguiça da roça. Seu enriquecimento foi fulminante, especialmente depois de entrar para a política em 1998. Naquele ano, declarou ter 809 mil reais. Na eleição seguinte, perto de 2 milhões. E então um milagre aconteceu: em 2006, seu patrimônio, no papel, caiu para 700 mil. Até chegar aos 490 mil. Um helicóptero como o usado na apreensão de coca sai por 3 milhões. Não há hipótese de ele sair do chão sem que o dono saiba.

O caso dos Perrellas tem os contornos de uma história da máfia até pelo nome italiano. Mas até mesmo aí existe um problema: ele foi, digamos, “emprestado”.

Perrella é o sobrenome de um imigrante do sul da Itália, Pasquale, que começou vendendo banha de porco em Belo Horizonte no início do século passado. A banha servia para conservar alimentos. O negócio prosperou e seus descendentes criaram um frigorífico que se tornaria famoso. Em 1988, o frigorífico foi vendido para José de Oliveira Costa, nosso Zezé, que fez um acordo para passar a assinar Perrella, registrado em cartório. Parte dos netos e bisnetos de Pasquale se arrepende amargamente de ver agora o nome do velho envolvido em crimes. Em fevereiro, a empresa foi acusada de adulterar carnes.

No ano passado, Zezé Perrella escreveu um artigo para o jornal “O Estado de Minas”. Um bom trecho:

A corrupção tem sido, infelizmente, uma constante da política e da administração pública brasileira, além da participação de segmentos privados.

É um fenômeno mundial, no qual alguns países, como o nosso, se destacam pelo grau de incidência e, ainda maior, de impunidade. Mesmo que os escândalos sejam comprovados. Isso resulta na descrença da sociedade na preservação dos valores morais e éticos próprios de uma civilização.

É tempo de um basta definitivo e a oportunidade se aproxima.

Repetindo: é tempo de um basta definitivo e a oportunidade se aproxima.

Ps do O Carcará: Não podemos nunca esquecer que um dos caciques do PSDB está envolvido nisso. O Senador playboy Aécio Neves já saiu em defesa dos Perrella, e o “coisa ruim do FHC já defendeu abertamente o uso e tráfico de drogas.