terça-feira, 6 de março de 2012

“Fora disso, a situação já está superada”

segunda-feira, 5 de março de 2012

Demóstenes, o mafioso e a mídia

Por Altamiro Borges, em seu blog

E ainda tem gente que acredita na isenção da velha mídia! No final de 2011, ela simplesmente escondeu a publicação do livro “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro. Agora, ela evita falar sobre a Operação Monte Carlo, que resultou na prisão do mafioso Carlinhos Cachoeira e evidenciou as suas relações íntimas com demo Demóstenes Torres e o tucano Marconi Perillo.

O próprio líder do DEM no Senado, que a mídia projetava como “paladino da ética”, já confessou suas ligações com o criminoso – preso na operação da Polícia Federal sob a acusação de explorar casas de caça-níquel e cassinos ilegais, de montar uma rede ilegal de espionagem, de manter jornalistas na sua folha de pagamento e de nomear integrantes para o governo do PSDB de Goiás.

298 ligações telefônicas

“Sou amigo dele há anos. A Andressa, mulher dele, também é muito amiga da minha mulher”, admitiu Demóstenes Torres. Para piorar, o demo ainda afirmou na maior caradura: “Eu pensei que ele tivesse abandonado a contravenção e se dedicasse apenas a negócios legais”. O implacável opositor dos “malfeitos” nos governos Lula e Dilma dormia com o inimigo. Pobre inocente!

Agora surgem novas revelações. Os grampos telefônicos autorizados pela Justiça comprovam que o senador demo conversou 298 vezes com Carlinhos Cachoeira entre fevereiro e agosto de 2011. Ele tratava o mafioso como “professor”. Até ganhou de presente de casamento uma cozinha. As escutas também mostram que o mafioso era “dono” da área de segurança (segurança!) em Goiás.

“A coisa já está superada”

Apesar do escândalo, os principais jornalões, revistonas e emissoras de tevê continuam em silêncio. Ele só é rompido no próprio estado. É o caso da entrevista publicada no jornal O Popular, de Goiás. Nela, Demóstenes diz que “não pode ser condenado por uma amizade” e, pasmem, comemora o fato das denúncias não repercutirem na mídia nacional:

“Só há repercussão em Goiás, em alguns veículos, e no Correio Braziliense. Fora disso, a coisa já está superada”, festeja o demo.

Alguém ainda tem dúvida sobre a neutralidade da mídia? Será que nos documentos apreendidos e nas escutas telefônicas vai surgir o nome de algum jornalista da grande imprensa que fazia parte da folha de pagamento do mafioso? Por que os “calunistas” da mídia, que tanto bajulavam Demóstenes Torres, estão calados?

TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO:

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